terça-feira, 20 de agosto de 2013

Salmonella Gallinarum - 9R

Agora após algumas duvidas sobre até quando poderíamos confiar na 9R como preventivo neste surto terrível que acontece no pais. Cheguei em uma conclusão: - Trabalho com a 9R aproximadamente 30 anos e até 10 anos atrás esta excelente vacina resolveu 100% os desafios. Algumas vezes com uma dose injetável (I.M) e alguns casos com duas doses injetável antes da produção. Na produção nada mais de vacinas. Nos últimos 10 anos com o aumento de numero de aves por metro quadrado, ao tentarmos controlar a doença com as mesmas vacinações com 9R antes da produção , muitas vezes não teve êxito. Tal fato chegou à colocar em duvida , principalmente por laboratórios que não tem vacina 9R , da eficácia deste biológico  como preventivo , e sim atuando apenas como "curativo". Eu mesmo cheguei algumas vezes , fascinado pela atuação da Salmonela enteritidis viva como preventiva. Quase fui enganado apesar de décadas usando 9R como preventivo. Em postagens anterior falei que nas granjas pequenas de até 50 mil aves com galpões de até 10 mil aves conseguimos resolver a doença com uma ou duas 9R injetável antes da produção. Mas nas granjas que possuem semi automáticos ou automáticos com mais de 30 mil aves fica difícil. Nesses casos a parceria da Salmonela enteritidis viva 2 ou 3 aplicações na água e também mais 1 ou 2 9R injetável , todas antes da produção. Na produção em galpões que já em lotes anteriores tiveram doença se fizermos ao entrar em um aviário de produção mais 3 Salmonella enteritidis viva na água com intervalo de 20 dias o resultado é animador. E das 50 a 55 semanas repetir duas vezes , também com o intervalo de 20 dias . É sempre bom lembrar que este biológico tem que ter água disponível de 3 a 4 horas fugindo a regra de outros biológicos que é de 2 horas. Quando adoece nada é melhor do que Gentamicina 4% 0,25 ml por Kg de galinha. Esperamos 72 horas e injetamos  9R. A 9R injetável nesse caso deve ser repetida na primavera verão no mínimo 3 vezes a cada 10 semanas e outono inverno de 15 em 15 semana. Este manejo é indicado para aves vermelhas , nas brancas como foi falado anteriormente apos a Gentamicina e a 9R podemos fazer Se na água. Convém lembrar que a retirada das aves mortas não é uma vez por dia e sim varias vezes ao dia e levar imediatamente para queimar . Outra atitude animadora é aplicar medicamentos na água ou ração e Gentamicina injetável peri focal. Mas o que quero mesmo falar é em defesa da 9R como que vi essa semana: - Granja com 180 mil aves distribuída em 36 aviários com 5 mil aves cada um. Pois bem, esta granja em agosto de 2012 foi surpreendida por Salmonella gallinarum matando até 40%. Hoje não tem mais nada e a solução foi somente uma 9R injetável com 8 semanas e outra com 15 semanas, injetável . Então a 9R injetável funciona muito bem como preventiva, assim como a Se viva na água. O que acontece é que em altas concentrações no mesmo aviário o resultado como preventivo , não é nem uma nem outra e sim as duas juntas.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Flash sobre quadros respiratórios,Encefalomielite e Gumboro

Na postagem sobre E. coli postada em 07/02/2013 eu já vinha observando algo estranho em quadros respiratórios que não respondiam mais à quase todas as drogas utilizadas para terapia de E. coli. Talvez, por seu alto custo e porque outros produtos vinham resolvendo,mas à 4 meses atrás fizeram uma promoção de um medicamento que tem como princípio ativo a Tilmicosina (fosfato), na dose de um frasco com 240 ml contendo 25% de Tilmicosina, para 3000 kg de peso/dia durante 72, o resultado por enquanto esta da para se dizer milagroso.
Neste aumento em plantéis em vários lugares do país até hoje tem muitos profissionais ligados ao ramo de poedeiras comerciais culpando somente á Meta pneumovirus ,SHS. Com isto fazem programa de vacina incríveis, assustadores.
Fazer várias vacinações na recria ( 2 à 3 ) e na produção mais ( 2 à 5 ) no mínimo é de deixar preocupado pelo custo, aplicações e perda na produção e mortalidade.
No início da década passada começou à aparecer em algumas regiões Bouba aviária ( Poxivirus ) e em  outras  Encefalomielite.
É bom lembrar que 90% do meu trabalho é direcionado para prevenção com isto sou obrigado a fazer uma programação de vacinações nos plantéis muito bem estudado antes, durante, e tentar prever o futuro porque hoje não podemos esperar acontecer no vizinho e acreditar que com nossas aves não vai acontecer.
As quedas de produção por Encefalomielite era de 6% à 12% e de 7 à 14 dias e não de 15% à 30% e durante 14 dias, quando não vacinamos. Sem sintomas clínicos, água e ração tudo ok.
A única alteração que chama nossa atenção é ao olharmos nas baterias a produção vemos que hoje falta ovo em algumas partes ao longo do aviário.
Daqui à 3 dias já começa normaliza esta parte das baterias e inicia a falta em outra parte do aviário e assim por diante até a doença percorrer todo o aviário.
A conclusão após uns 60 dias foi que Bouba aviária ( Poxivirus ) associada à Encefalomielite em umas regiões aparecia Bouba e em outras aparecia Encefalomielite. Inclusive nesta época tinha laboratórios de biológicos procurando outra variante do vírus Poxivirus acreditando ser esta a causa do porque em alguns lugares aparecer varíola aviária foi com mais de um laboratório que percebi esta patologia. De lá até hoje não indico mais associadas e sim individuais.
Hoje, como a Encefalomielite não pode ser feita antes dos 56 dias, e nesta idade muitas estão em bateria de recria. Faço 1/2 dose spray junto com Bronquite e Newcastle.
Foram feito várias sorologias após vacinações spray 1/2 dose Encefalomielite junto com Bronquite e Newcastle  e os títulos para Encefalomielite na maioria dos lotes foi mais altos do que na asa ou água.
Hoje ocorre nos últimos anos com Gumboro algo parecido, mas em vacina vetorizada .
Muitas suspenderam as vacinações nos aviários porque aplicam nos incubatórios para facilitar na criação com menos vacinações .
Gumboro mostrou que tem que ter o virus vacinal inteiro nos aviários para protejer as aves.
Temos uma mortalidade em algumas granjas de 0,2 % até 1 % por Gumboro. Até ai tudo bem, mas ao decorrer do crescimento das aves a mortalidade e  refugo e principalmente por E. coli chega à 6 %, até os 90 dias.
Estas aves que sofreram com o desafio de Gumboro o sistema imunológico fica super fraco principalmente até 15 semanas de idade.
Como falava um amigo meu quanto maior o prazer maior o preço.
Neste caso podemos falar quanto mais prático mais sujeito à falhas portanto maior o preço.
Falo afirmativamente  que na  época atual SHS e Gumboro são causadoras destes quadros respiratórios persistentes, não falo em Micoplasma nas granjas que atendo porque não tenho MG e lotes que são positivos para MS não coincide com o aparecimento das D.C.R

sábado, 4 de maio de 2013

Salmonella gallinarum -atualização


1º- Continuo acreditando no que escrevi e postei em 04/11/2012 ou seja:
      No fenômeno inibitório  ( Rápida e grande proteção intestinal fazendo exclusão competitiva com Salmonella de campo ). Acredito também que devemos trabalhar na cria e recria com 3 Se ( Salmonella enteritidis )   viva na água. A primeira pode ser spray as outras 2 somente água, disponível de 3 a 4 horas.
      Lembrando que água não pode ter cloro e que alguns medicamentos não diluem por total e ficam nas tubulações por alguns dias ainda ativos, e também resíduo de ração medicada nos silos e linha de cocho  ou calha da ração nos automáticos.
     Algumas granjas com caixa de amianto:
     Tem trabalhos feitos que chega a neutralizar até 50% do vírus de Gumboro viva. Eu mesmo fiz teste da presença ou não de cloro 48 hs após retirar da água em caixa de amianto e ainda detectava cloro.
2º     Aves mortas devem ser retirada ao longo do dia e não uma única vez. Porque a Salmonela não morre junto com a ave, pior ainda, após a morte  a bactéria  se espalha por todos  os tecidos.
    Aumentando em escala logaritimica a contaminação. Todas devem ser cremadas.
    A compostagem em muitas granjas é mal feita e tem muitas moscas.
3º   Em poedeira comercial devemos continuar a revacinação de Se na água a cada 10 semanas. Até 55 semanas mas se aparecer a doença somente com 9r injetável o resultado fica satisfatório ou seja a 9r tem funcionado mais como '' terapêutico'' do que prevenção. Uma coisa tenho certeza aves que receberam no mínimo 2 vacinas  Se e foram recriadas em piso pelo menos até 50 dias, se for em bateria  já a partir do primeiro dia no mínimo 3. Estas aves vão responder melhor a medicamento e revacinação mas neste caso com 9r injetável.
    Em alguns casos medicamos antes quando já tiver alta a mortalidade ou seja acima de 3% ao mês como média.
    Ou seja:
    Lote com 30.000 aves morre no 1º dia 20 aves, no 2º dia 26 aves, no 3º dia 28 aves, no 4º dia 38 aves dando um total de 112 aves, dividindo por 4 dias vai dar média de 28 aves x 30 dias = 840 aves/ mês dividindo por 30.000=2,8%
   É claro que esta mortalidade neste galpão sem doença não pode ultrapassar  a 2,8%.
   Se tivermos aviário que sem doença morre 3% deveremos considerar com doença próximo aos 6%. Falei tudo isto porque com mortalidade baixa não faço antibiótico, antes da 9r injetável.
   Existem profissionais que acreditam que com o término da Salmonela gallinarum nas décadas passadas apareceu a Se que com as vacinas inativadas   ''desapareceu'' a Se,  e voltou a Salmonela gallinarum.
   Acredito, que por processo semelhante a exclusão competitiva.Mas hoje temos a disposição vacina  Se  viva que controla a doença Se, fazendo também o ''fenômeno'' exclusão competitiva com a Salmonella gallinarum também.

   Mas a luta é grande temos poucos profissionais comprometido á fundo com real fim da doença.
   Porque a venda de vários produtos exige cota  e ai não tem tempo para acompanhar o que vendem e com a prática aprenderem a fundo e orientar o produtor.



-- English Version --


Salmonella gallinarum – update

1st – I still believe in what I wrote and posted in 11/04/2012, which is:
The inhibitory phenomenon (quick and big intestinal protection working as a competitive exclusion against field Salmonella). I also believe we have to work with 3 SE during breeding, via drinking water. The first one may be via spray, but the other 2 exclusively via drinking water, available during 3 to 4 hours.
Always remembering that the water must be chlorine free and that some medicines stay attached to the pipes and remain active for a few days. Also, we must pay attention for residual medicated ration in containers and automatic feeders.
Some farms with asbestos boxes:
There are works proving that it can neutralize until 50% of the live IBD vaccine. I have myself tested the presence of chlorine in the water from this kind of box after 48 hours without chlorination and I was still able to detect chlorine.
2nd Death birds must be taken out of the house several times during the day and not only once a day. This is because Salmonella does not die along with the bird. Worst: After the bird’s death, it spreads thru all tissues, increasing the contamination. All birds must be cremated. The composting process in several farms is poorly done and have many flies.
3rd In laying hens we must continue the SE vaccination in water every 10 weeks, until week 55. However, if the disease appears we must only use the intramuscular 9r and the result is satisfactory, which means the 9r vaccine works more as a medicine than a vaccine. One thing I know for sure: birds that received at least 2 (if raised on the floor until day 50) or 3 (if raised in cages) SE vaccines will respond better to medicines and revaccination with intramuscular 9r.
In some cases medicate before when you have high mortality ie above 3% per month as an average.
Which means:
A lot with 30,000 birds died on the 1st day 20 birds, on the 2nd day 26 birds on day 3 28 birds, on the 4th day 38 birds giving a total of 112 birds, dividing by 4 days will give an average of 28 birds x 30 days = 840 birds / month divided by 30,000 = 2.8%.
Of course, this mortality in a house without disease can not exceed 2.8%.
If we have 3% mortality in a house without disease, in cases “with disease” we shall consider close to 6%. All this said because I do not medicate with low mortality before applying the 9r vaccine.
There are professionals who believe that with the termination of Salmonella gallinarum in the past decades SE appeared, and with inactivated vaccines SE “disappeared” and Salmonella gallinarum raised again.
I believe that is due to a process similar to competitive exclusion. But today we have the SE vaccine available which controls the disease, also making a competitive exclusion-like “phenomenon” with Salmonella gallinarum too.
But the fight is big and we have few professionals deeply committed to really end the disease.
Because the sale of various products required quota and there is not time to follow what they sell and with practice learn to fund and guide the producer.

sábado, 23 de março de 2013

E. coli atualização

A)  Granja com pintos criados no chão (piso) até os 40 dias e depois transferidos para gaiolas recria : Até hoje na quarta criada com vacina spray E.coli no 1º dia, Gumboro e Pneumo do 3º ao 5º dia e a 1ª Bronquite + New castle no 15º dia , que vinha aparecendo o quadro respiratório já a partir do 10º dia de vida. Não apareceu mais.
      Aviário de 40m x 10m - com 15.000 pintos no chão.

B)  Granja com pintos criados a partir do primeiro dia em bateria com galpão de 40m x 10m com 34.000 pintos que recebeu o mesmo esquema de vacina, só deu certo na primeira criada. A partir do segundo alojamento vem piorando.
      Na segunda criada apareceu leve com 30 dias de idade terceira com 20 dias e agora na quarta criada já  aparece novamente com 15 dias.
     Com o início deste programa de vacina começou a ser bem lavado e bem desinfectado porém entre sair pinto lavar desinfectar e alojar o tempo foi 12 dias. Na outra granja com alojamento no chão também. Mas no de bateria  tem um dos itens mais perigosos que é a alta concentração por metro quadrado. Outro manejo que chega a ser o mais importante ao meu ver é o vazio sanitário de no mínimo 15 dias após retirar as aves lavar e desinfectar.
     Porque não existe esquema de vacina e limpeza sem o vazio de no mínimo 15 dias após tudo pronto. Tenho notícias absurdas de regiões do país que utilizam 3 vacinações de E.coli 2 a 3 vacinações de Pneumo na cria e recria e à cada 4 semanas de Pneumo na produção. Quando chegar a este ponto volta tudo e procura-se a causa principal desta confusão toda .Além de tudo isto é bom lembrar que tem uma ''marca '' de poedeira branca que é muito mais sensível do que as outras para doenças respiratórias, tem uma região no Brasil que aproximadamente 90% é esta ''marca'', e lá pelo que sei está acontecendo isto.
    Na década de 1980 as vacinas de Coriza não prestavam o único manejo que nos salvava era uma ótima limpeza nos aviários, Cal e vazio de 20 dias ou mais. Desta maneira eliminamos Coriza de várias granjas.
   Nesta mesma década 1980 também as idades até dentro do mesmo aviário era múltiplas o que é um prato cheio para qualquer doença. Hoje sem vazio sanitário ocorre o mesmo porque por mais que seja limpo um aviário sempre fica contaminação do lote anterior. Como exemplo podemos citar a vacina de Gumboro ou seja o pinto vacinado no incubatório com Marek associada com somente a parte antigênica do vírus de Gumboro precisamos algumas vezes ao ano vacinar também na granja com a função de ficar ''resido'' de vírus vacinal. Este exemplo é ''resido'' vacinal no galpão após limpeza imagina ''resido'' de doença!
    Continuando sobre o lote criado em bateria a partir do primeiro dia :
    Conseguimos alugar dois galpões em lugares diferentes de granjas que estão aproximadamente 3 meses sem alojar. Nestas granjas criaremos 2 lotes de 34.000 aves cada. Vai ser transferido com 40 dias.
    Acreditamos de que com a parada de 100 dias aproximadamente resolveremos grande parte desta doença, tudo isto porque não podemos diminuir a rotatividade de criação nesta granja.
    Sabemos que se nesta granja for aplicada mais vacinas de E. coli e Pneumo vai resolver, mas até quando, 3 meses, 6 meses ?.

Ari Bueno Ribeiro




-- English Version --

E. coli update

A) Farm with birds raised in floor until 40 days old and then transferred to cages: until now, on the fourth lot with spray vaccine, E. coli on the 1st day, Gumboro and Pneumovirus from day 3 to 5 and the first IBV+ND vaccine on day 15, we had respiratory signs starting on day 10. We have not noticed anything until now.
- 40 x 10 m house with 15,000 birds on floor.

B) Farm with birds raised in cages from day 1 – 40 x 10 m house with 34,000 birds under the same vaccination schedule was only effective on the first lot. It is getting worst.
On the second lot it started light at 30 days, on the third one at 20 days, and now on the fourth one at 15 days.
Along with the beginning of this schedule, the washing and disinfection procedure is more accurate, however the time between lots was only 12 days. The same is in the other farm. In this farm (with cages), the main danger is the high density of birds. Another management that is important too is the interval between lots that has to be at least 15 days.
Because there is no effective vaccine or disinfection program without at least 15 days. I have absurd news that in some regions they apply 3 vaccinations against E. coli, 2 to 3 against Pneumovirus during breeding period and every 4 weeks during production. When you get to this point, you have to get back and look for the root source of this whole mess. Besides, it is good to remember that there is a “brand” of white laying hens that is much more sensitive than others to respiratory diseases, and that there is a region which approximately 90% of the hens are from this “brand”. As far as I concern, in that region this is happening.
In the early 80’s the vaccines against choriza were not effective and the only management procedure that saved us was cleaning the houses, lime and 20 or more days of interval. This way we were able to reduce choriza from several farms.
During this very same decade, we had also several ages within the same house, which is very good to any disease. Nowadays, without a minimal interval we have the same effect because we have a residual contamination from the previous flock. As an example, we can quote the IBDV vaccine: bird receiving IBDV vaccine associated with Marek’s, once in a while we also need to vaccinate them in the farm in order to keep a “residual” of the vaccine virus. In this case, the “residual” after cleaning is the actual disease!
Keeping up with the flock in cages as from the first day:
We managed to rent 2 houses in different places in farms that are at least 3 months without lodging. In these farms, we will raise 2 flocks with 34,000 birds each. Transfer will occur within 40 days.
We believe that with this 100 days interval we will solve this disease problem. This all because we cannot reduce the rotation in this farm.
As far as we know, if we apply more vaccines against E. coli and Pneumovirus we would solve the problem; but how long? 3 months, 6 months?

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Ácaros em granjas de postura comercial no Rio Grande do Sul Brasil Megninia ginglkymura

No Rio Grande do Sul constatei a presença de Megninia ginglkymura ácaro este que se alimenta de penas e pele da ave , durante a primavera do ano de 2011. Lotes de aves de postura comercial apresentavam o seguinte histórico e quadro clínico.
Poedeiras comerciais criadas em galpões convencionais com 5.000 aves por aviário apresentavam uma falta de pique na produção de 8 a 12%. Essas aves vinham sendo medicadas com mais variados antibióticos, mudança de fórmula de ração e Premix, acaricidas via ração e nada respondeu.
Convém lembrarmos que foram aves bem criadas sem nada de doenças ou erro de manejo na cria e recria, as vacinações abrangeram o desafio da região e também foram bem feitas, foi constatado também que fazia aproximadamente 18 meses que nessa granja a produção máxima era de 88% e depois caí para 78% a 80% depois voltava aproximadamente 84%.
Uma das dificuldades de constatarmos a presença deste ácaro é por ter 1/2 milímetro, a outra é que não vai para o ovo, e nem para o equipamento.
As aves que tinham idade acima de 50 semanas apresentavam um aspecto de aves no mínimo pior do que o dobro da idade, ou seja, mal empenadas e com as faces enrugadas. É claro que este aspecto da face é possível quando já vem a muitos meses infestados, em aves jovens com infestação recente não foi observado.
Até que chegou o ponto em que fomos acionados devidos há falta de pique em 10.000 aves com 36 semanas de idade e a produção foi caindo e chegou a 36% . Nesse instante essas aves já apresentavam um aspecto tristonho, apáticas  o bico e a crista apresentavam uma coloração amarelada forte.
Coletamos penas do lombo (costas ), de baixo das asas e nas asas na parte interna. As penas coletadas, foram montadas lâminas e lamínula.
Nesse exame foi constatado a intensa presença de ácaros e 90% aproximadamente eram Megninia ginglkymura machos, fêmeas ovo, larva e ninfa.
Ao voltarmos á granja molhamos algumas aves e vimos a olho nu a severa dermatite com a pele mais espessa e crosta. Os ácaros que pertencem a família dos aracnídeos tem 8 pernas enquanto que o piolho que pertence á família dos insetos tem 6 pernas. Falo isso porque os piolhos levam a culpa de quase tudo e na verdade o grande causador do estrago em poedeiras é o ácaro e o microscópio que hoje é um acesso fácil, nos facilita para diferenciar.
Esses ectoparasitas mudam seu ciclo de acordo com a temperatura que é de extrema importância que agente saiba para dar os banhos, que nesse caso tem que ser 3. Quando a temperatura vai de 0 a 9 graus, o ovo não continua o ciclo de 10 a 15 graus o ciclo é de 12 dias, de 16 a 20 graus o ciclo é de 7 dias e nas estações que a infestação é maior  na primavera e verão com temperatura acima de 20° C o ciclo é 5 dias. (Peter Dorn- 1973 )
Foi usado produto que na composição do mesmo frasco tem associado cipermetrina 15%, clorpirifos 25% e citronelal 1%, na dosagem de 50 ml por 20 litros de água mais 50 ml de óleo mineral ou óleo de cozinha.
Quando fomos dar a terceira aplicação a produção já estava reagindo e o aspecto da ave bem melhor, da primeira aplicação até 20 dias após , a produção foi a 92% com isso chegamos a conclusão  que o agente causador da falta de pique e queda era a Megninia ginglkymura. Nesta granja foi aplicado com aplicador costal manual e também elétrica.
Depois dessa granja que nos abriu a mente e os olhos  começamos a vistoriar outras granjas. Em duas granjas em um total de nove granjas, tem galpão automático . E como estávamos na primavera a correria foi grande já que o intervalo de cinco dias aonde vários aviários estavam infestados porque tivemos que treinar uma equipe e planejando para que o mínimo possível caísse em um domingo. Nessas granjas foi adquirido atomizadores motor 2 tempo.
Desta maneira agilizou no mínimo em até 4 vezes o tempo da aplicação e também ficou mais bem feito porque junto com a solução sai um "vento forte" levantando as penas das galinhas, com isso não precisa molhar tanto as aves.
Nessas granjas algumas não estavam alteradas a produção em outras já estavam ficando 2 a 5 % abaixo do pique de produção e em alguns lotes chegar no pique e depois tiveram uma queda de 8%.
Pelo que pude observar até agora , esta indicando que como quase todo os agentes que causam danos aos animais tem que ter um grau de infestação para nos chamar a atenção.
Quanto a primeira granja comentada esperamos aproximadamente 30 dias e repetimos porque o exame da lamina lamínula no microscópio nos apresentou uma enormidade de ácaros adultos  e ninfas mortos porém apresentava uma leve presença de ácaros vivos e ovos.
Em junho de 2012 ainda apresentavam leve infestação, que fica muito mais difícil de eliminar 100% devido a pouca mão de obra na colônia e também a ma freqüência das aplicações, já que somente alguns produtores tem na equipe de funcionários alguém que tem aquele algo a mais e que tenha curiosidade além de cumprir as tarefas normais, eu particularmente acredito que todos os criadores são uns heróis.
Já que são obrigados a criar, vender e cobrar , e ainda muitas vezes supervisionar a parte técnica trabalho esse que deve ser feito mas cada vez esta sendo menor pelos técnicos agrícolas, veterinários, zootecnistas que estão em contato de alguma forma ou vendendo Premix ou vendendo medicamentos ou vendendo vacinas ou até mesmo pintos etc... Mas infelizmente tem muitos profissionais que não pisam mais dentro de um aviário. Os motivos não interessa  o que interessa é que todos se dêem bem e se para isso nós técnicos tivermos que irmos de aviário em aviário varias vezes ao mês deve ser feito.
Hoje fevereiro de 2013 todos que apresentavam a infestação em 2011, ainda tem a presença. Menor porque na primavera ou verão aplicam por spray acaricidas. Mas é ótimo lembrar que é melhor 3 aplicações   de 5 em 5 dias do que 5 aplicações de 7 em 7 dias, quando a temperatura for acima de 20° C.
Neste trabalho tive na parte de laboratório ajuda preciosa do Dr. Obiratã Rodrigues e Dra. Andreia Ferronatto.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

E. coli em poedeira comercial

Me lembro quando iniciei o trabalho com avicultura em 1978 pois terminei meu curso de medicina veterinária na universidade de Santa Maria no Rio Grande do Sul -Brasil em 1977.
Nesta época vacinávamos Marek, Bouba aviária, Encéfalo e New-castle . A vacina de Bronquite a reação pós vacinal era forte demais um fator que contribuía era que muitas matrizes que originavam estas aves eram portadoras de Micoplasma gallisepticum, naquela época tínhamos a E. coli como infecção secundaria para todos os agentes virais inclusive depois apareceu Gumboro. Coriza infecciosa (bactéria ) já existia mas as vacinas eram ruins. Mais tarde apareceu a S H S que também a E. coli aparecia como agente secundário.
De 2009 para cá tenho notado que com aumento dos plantéis muitas vezes os galpões para cria e recria não acompanha a demanda.
Algumas granjas que a rotatividade é grande e que tem idades múltiplas em aviários de cria e recria aparece quadro respiratório violento, ao analisarmos os órgãos e soro detectamos ausência de Mg e Ms,mas sim presença de S H S e Bronquite infecciosa.
Ao aplicarmos vacina de S H S e Bronquite no 1º dia, no 8º dia  aparece igual ou pior a doença.
É importante lembrar que também estes aviários quando lavados, apenas usavam água. Uns em 5 anos nunca fora lavados. Outros lavados 4 vezes ao ano mas só água e com intervalos de saída das frangas e entradas de pintos de no máximo 15 dias .
A ideia inicial foi criar uns lotes fora destes aviários para dar intervalo maior. Mas até resolvermos a programação de pintos deveria ser realizada, tinha granja que foi aplicado de todas as formas antibióticos, sulfas, Quinolonas e nada resolvia. Chegando no início de produção com 20% de mortalidade por E. coli e a produção ruim. O que ajudou bastante foi aplicação via spray gota fina 1 a 2 vezes por dia desinfectante, na proporção de 3 de água pra 1 de desinfectante diretamente na ave.
Mas não resolveu mais que 60%. Alem de ter que disponibilizar uma pessoa.
Graças a Deus o laboratório Fort Dodge dispõe de uma vacina viva de E. coli.
Resolvi faze-la no 1º dia de alojamento no aviário via spray. No 5º dia Gumboro intermediaria e S H S- spray e no 15º dia Bronquite + New castle e Gumboro forte via água, maravilha o resultado é um espetáculo.
Quando o quadro é muito grave e dependendo da genética devemos repetir com 40 dias.
No mercado brasileiro tem uma genética se é assim que se pode dizer que exige a revacinação. Uma das grandes vantagens é em granjas que aplicam Salmonela viva na 1ª semana e tem período negativo para usarmos medicamento já que com 8 dias de idade iniciava a D C R ( Doença crônica respiratória ) clássica.
Usei esta vacina 1º dia em lotes que apareceu Gumboro clínica mas não foi satisfatório o resultado.
A ideia de usar nestes casos é porque imediatamente após Gumboro aparecia quadro de D C R. Só resolveu acertando a vacinação de Gumboro.
É de extrema importância ficar bem claro que não estou recebendo patrocínio e ajuda financeira de ninguém.
Quando cito algum laboratório ou medicamento é apenas a título de auxilio a quem tem interesse na atividade. E também como retribuição a estes produtos que muito me ajudam. Porque o que faço é o mínimo comparado aos cientistas ligados a esta área. Para terminar posso dizer que a sensação quando trabalho feriados, finais de semana e resolvo alguma doença é semelhante quando ando na minha motocicleta Hayabusa.
São sensações únicas que perdem para poucas.



English version -- By Ricardo Hummes Rauber --


E. coli in commercial layers

I remember when I started working with poultry in 1978 since I finished my degree in veterinary medicine at the University of Santa Maria in Rio Grande do Sul, Brazil in 1977.
At this time we used to vaccinate against Marek’s disease, pox, influenza, encephalomyelitis and Newcastle. The reaction of IB vaccine after vaccination was too strong and a factor that helped was that many mothers who originated these birds were carriers of Mycoplasma gallisepticum, then had the E. coli infection as secondary to viral agents and after that we started to see some cases of Gumboro. Infectious choriza (bacteria) already existed but the vaccines weren’t good. Later we had the SHS and E. coli appeared as a secondary agent.
From 2009 until now I have noticed that with the increase of the flocks several times the houses for breeding don’t follow the demand.
In some farms where the turnover is high and have multiple ages, we see violent respiratory diseases in breeding houses. When we analyze organs and serum we detect absence of MG and MS but the presence of SHS and IB.
When we apply SHS and IB vaccines at 1st day,  at the 8th it appears the same or worst than the actual disease.
It is important to remember that these houses when they are washed, this is done only with water. Some, in about 5 years, haven’t been washed at all.
Others were washed 4 times a year but just using water and with an interval between flocks of not more than 15 days.
At the beginning, the idea was to raise some flocks outside these houses to give a larger interval. There were farms where we applied several types of antibiotics, such as sulphas, quinolones and neither worked. Birds got to the beginning of the production period with 20% of mortality due to E. coli and with bad production rate. What did help was the application of disinfectant via spray with thin drops once or twice a day in a proportion of 3 to 1 water:disinfectant, directly to the birds.
However it solved not more than 60% of the problem. In addition, one person should be available only to do this.
Thank God Fort Dodge lab has an E. coli live vaccine available.
I decided to apply it on the first day of age, inside the house, via spray. At the 5th day, IBDV intermediate and SHS spray and at the 15th day IBV + NDV + IBDV (strong) via drinking water: wonderful, the result is spectacular.
When the picture gets worst and depending on the genetics we need to repeat the procedure at 40 days.
Among the genetics available in Brazil, there is one that requires revaccination. One of the advantages of this is in farms that apply Salmonella live vaccine in the first week and need to observe a 1-week period of non-use of antibiotics, and at the 8th day of age we see the classic Chronic Respiratory Disease (CRD).
I used this vaccine at the first day in flocks which presented clinic IBD, but the result was not satisfactory. The idea of using it in these cases is because right after IBD the CRD appeared. It was only solved when we adjusted the vaccination program against IBDV.
It is really important to clear out that I am not receiving any kind of financial support from anyone. When I quote any laboratory or product it is just a help to those who have interest in this area. Also as retribution to these products that helped me a lot. Because what I do is the least when compared to what the scientists do.
And last, but not least, I can say that the feeling when I work on holidays and weekends and I solve these problems is quite the same feeling I have when I ride my Hayabusa motorcycle.
Those are feelings that are few better.