sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Metapneumovíros,S H S (Síndrome da cabeça inchada )

Nosso saudoso José Maria Lamas médico veterinário nascido em Minas Gerais, estado este que admiro muito. Quando faleceu no início da década de 1990 vinha estudando de que maneira esta Patologia Aviária tinha chegado ao Brasil, pessoa maravilhosa, simples, com uma humildade característica de todo o grande estudioso. Pessoa igual a ele surgem a cada 30 anos infelizmente. Passaram aproximadamente 20 anos da sua morte e até hoje não apareceu ninguém que chegue próximo ao que ele representou para avicultura brasileira.
Eu tenho acompanhado esta patologia aproximadamente a 10 anos em alguns estados no Brasil. A S H S no início usei para poedeira comercial somente vacina inativada, não deu certo. Depois de uma conversa com meu amigo Zootecnista Rafael Kuiavski, resolvi usar somente vacinas vivas aplicadas em spray até os 150 dias de idade, o resultado foi bem melhor.
Quanto a vacina inativada em matrizes só vi resultado nos frangos de corte originadas destas.Para a matriz e poedeira comercial não funciona.

Outro fato interessante foi quando fomos em duas granjas no ano de 2007 confirmado por histológico Laringo traqueite. Um quadro respiratório violento em todos os aviários, com mortalidade de 15% nas brancas, e nas vermelhas 10%. Granjas vacinadas para B.I e New-Castle e não vacinadas para S H S na sorologia os títulos de S H S estavam altíssimos, meu conhecimento até hoje é mínimo em Laringotraqueite. Mas na S H S percebo que leva de três á quatro semanas para aparecer em todo lote. Foi cogitado até em fazer vacina para Laringo mas não tínhamos tempo para esperar todo o estudo que o Ministério da Saúde levaria para ver se precisava ou não, e se iria liberar. Resolvi fazer três aplicações nos lotes seguintes de S H S spray juntamente com Bronquite, alguns laboratórios tem vacina S H S que pode ser aplicada junto.
Me preocupei com Bronquite porque primeiro resolvi melhorar as vacinações vivas como Micoplasma. Também, sempre tenho o cuidado de antes de culpar qualquer agente novo na criação,de conferir e acompanhar as vacinas que já vem sido feitas.
Já nos próximos lotes aparecia pouco no início da produção. Hoje 2012 ainda aparece em alguns lotes, mas como foi falado antes aplico dose dupla de S H S juntamente com algum antibiótico e não progride mais . Medico de preferência na água porque quando estão doentes podem diminuir o consumo de ração, mas água diminui menos.
Para encerrar também muitas vezes tenho visto nas recrias quadro respiratórios sem nada de cabeça inchada e que muitas vezes são confundidos com desafio de Bronquite ou Micoplasma e é S H S .Também nestes casos aplico algum antibiótico ou Quinolona e vacino, tenho observado ao decorrer dos anos que S H S , Bouba aviária, Coriza e Micoplasma podemos fazer a vacina com aves doentes e resolve.
No caso de Micoplasma medicamos uma semana, esperamos uma semana, aplicamos a vacina viva e não aparece mais a doença, Bouba não precisa medicar, Coriza infecciosa sim.
Tenho lido em algumas literaturas sobre S H S que fala da má qualidade da casca. Tenho observado por estarem doentes diminuem o consumo de ração, aparecendo como qualquer outro agente que faça diminuir o consumo, a casca fica mais fraca mas após as aves ficarem boas os ovos voltam as condições normais,portanto não afeta a qualidade do ovo,nem interna nem externa.



-- English version -- By Ricardo Hummes Rauber --


Methapneumovirus, SHS (Swollen Head Syndrome)

Our late José Maria Lamas, a veterinarian born in Minas Gerais, a state that I admire. When he died in the early 1990's had been studying how this Avian Pathology had come to Brazil, wonderful person, simple, with a humility characteristic of all great researcher. Person like him arise every 30 years unfortunately. About 20 years passed after his death and until today no one came to get close to what he represented for Brazilian poultry.
I've been following this disease approximately 10 years in some states in Brazil.  SHS earlier used for commercial laying hen only inactivated vaccine did not work. After a conversation with my Zootechnician friend Rafael Kuiavski, I decided to use only live vaccines applied in spray until 150 days of age, the result was much better.
About the inactivated vaccine in breeders I have only seen result in broilers originated from them. For layers, it does not work.
Another interesting fact was when we went on two farms in 2007 with histological confirmed laryngotracheitis. A violent respiratory case in all aviaries, with a mortality of 15% in whites, and 10% in the reds. Farms under vaccination against IB and ND and unvaccinated for SHS in serology evidence very high titers, my knowledge is minimal in laryngotracheitis. But realize that the SHS takes three to four weeks to appear on the whole lot. It was even contemplated on making vaccine for laryngo but we had no time to wait for the entire study that the Ministry of Health would need to see whether or not, and if it would release. I decided to make three applications in the following lots using a spray SHS vaccine with IB, some laboratories have SHS vaccine that can be applied together.
I was worried about IB because I first decided to improve the living vaccinations as Mycoplasma. Also, I'm always careful before blaming any new agent, to check and monitor the vaccines that have already been applied.
In the following flocks it appeared little in the early production. Today in 2012 still appears in some flocks, but as I said before I apply a double dose of SHS with an antibiotic and does not go further. I preferably use antibiotic in water because when they are sick can decrease feed intake, but water intake decreases lesser.
And last, I have also often seen respiratory cases without swollen head often been confused with challenge by Mycoplasma or IB and it really was SHS. In these cases I also apply some antibiotic or quinolone and vaccinate. I have observed over the years that the SHS, Pox, Coryza, and Mycoplasma we can vaccinate sick birds and they heal.
In the case of Mycoplasma we medicate a week, wait for another week, apply a live vaccine, and the disease does not appear anymore, Pox we do not need medication, Coryza we do.
I have read some literature on SHS that speaks of poor shell quality. I have noticed that for being sick birds tend to decrease feed intake, appearing as any other agent that does reduce consumption. So, the shell gets weaker but, after the birds heal, eggs return to normal conditions, so it does not affect egg quality, either internal or external.



quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Continuando sobre Vacinação de Salmonela

Lembrando muitas vezes o que meu professor de Ornitopatologia na década de 70, Danilo Saraiva da UFSM-RS (Universidade Federal de Santa Maria no Rio Grande do Sul-Brasil ) que falava :
- Devemos ter calma quando encontrarmos algum desafio,nunca logo pensarmos que pode ser difícil ou impossível. Porque pensando assim podemos entrar em pânico e bloquear nosso raciocínio.
Por este motivo venho pensando o que escuto no decorrer destes últimos anos sobre o porque aonde aparece surtos esta difícil de controlar:

1) A vacina viva Salmonela gallinarum 9R, sofreu alguma forma de mutação e ficou patogênica. Ou seja, os patogênicos tem parede celular lisa e as não patogênica tem a parede rugosa. Daí a letra R da vacina 9R.

2) Alguma outra Salmonela patogênica ou que também pode ter acontecido mutação ou outra incrível alteração que o ser vivo pode ter para sua sobrevivência.
    Mas ao meu ver nada destes dois itens aconteceu.
Revendo as granjas em três estados na região sul separei tipos de construções.
A) Granjas com aviários convencionais ou seja coleta esterco e ovos manual, com no máximo 15.000 aves cada aviário e com o total de até 100.000 aves na granja.

B) Granjas com automatizado de 30.000 até 100.000 aves por aviário.

C) Granjas com automatizados e convencionais.

Nós veterinários odiamos ou odiávamos estatísticas quando somos jovens, porém, sem estatísticas poucas conclusões chegaremos.
Granjas convencionais que apresentavam a doença em todas elas hoje não temos mais quadro clínico.
E nestas granjas foi feito exatamente o que fazíamos na década de 80,90 e início deste século ou seja; Uma ou duas vacinações de 9R antes da produção. Hoje com 60 semanas de idade tudo ok.
Agora se o convencional mesmo com apenas 6.000 aves ficar próximo do automatizado o resultado não é o mesmo.

 As vezes ainda vejo granjas que compraram ovos de outros e reutilizando as bandejas.
    Esta semana fui em uma granja que construiu a 8 meses um aviário convencional com capacidade para 6.000 aves.
    Esta construção seguiu as normas do Ministério inclusive com tela para evitar entrada de aves, porém dentro do aviário tinha bandeja para 30 ovos usadas de outra granja.
    É bom lembrar que o trabalho realizado pelo Ministério proibindo várias irregularidades é incansável e de extrema necessidade.
No meu ponto de vista é nos automáticos a maior dificuldade de limpeza, sendo a maior causa da persistência da doença.
Nesta estatística sobre a incidência em galpões convencionais tem também o precioso auxilio do Sr. Eli Roettgers localizado no estado de Santa Catarina.
Pessoa esta que trabalha com avicultura a 30 anos.
Quanto a aplicação da vacina Se viva (Salmonela enteritidis ) na água com aves no chão posso afirmar que é  próxima a 100% de proteção até as 55 semanas em granjas que tem problema. Devemos revacinar com 45 semanas.
 Aplicação desta vacina por outro lado por melhor que seja em baterias não é tão eficaz.
 Aquele caso citado na postagem anterior do galpão automático com 50.000 aves ao lado do doente.
 Que recebeu 3 Se viva na água já em produção e tinha recebido uma 9R injetável na recria; de junho 2012 à novembro 2012 não deu nada.
 Neste mês apareceu a doença, não tão violenta como o vizinho; mas apareceu.

Próxima postagem     Pneumovirus




-- English version -- By Ricardo Hummes Rauber --

Continuing on Salmonella Vaccination

Recalling the many times that my Poultry Health teacher in the 70s, Danilo Saraiva UFSM-RS (Universidade Federal de Santa Maria in Rio Grande do Sul, Brazil) who said:
- We must be calm when we find some challenge, never once thinking that it may be difficult or impossible. Because thinking so we can panic and lock our thinking.
Therefore I have been thinking on what I listen over the last few years about why where this outbreaks appear they are difficult to control:

1) The Salmonella Gallinarum 9R live vaccine, suffered some form of mutation and became pathogenic. That is, the pathogenic ones have smooth cell wall and the nonpathogenic ones have roughened cell wall. Hence the letter R in the name of 9R vaccine.

2) Any other pathogenic Salmonella or which may also have happened mutation or another incredible change that this alive being may have for its survival.
But in my point of view none of those happened.
Reviewing the farms in three states in the southern region I separated types of constructions.
A) Farms with conventional poultry houses with manual egg and manure collection, with a maximum of 15,000 birds each aviary and with a total of up to 100,000 birds on the farm.

B) Farms with automated poultry houses with 30,000 to 100,000 birds per aviary.

C) Farms with both automated and conventional poultry houses.

We, veterinarians, hate or hated statistics when we are young, but without statistics we reach few conclusions.
Conventional farms that had the disease in all of them today we don’t have clinical disease anymore.
And in these farms we have done exactly what we did in the 80’s, 90’s, and earlier this century ie, one or two 9R vaccinations before production. Today at 60 weeks of age all ok.
Now if the conventional poultry house, even with just 6,000 birds, stands next to the automated one, result is not the same.
Sometimes I still see farms that bought eggs from other farms and reuse the trays.
This week I was in a farm where they built a conventional poultry house 8 months ago with capacity of 6,000 birds.
This construction followed the guidelines of the Brazilian Agriculture Department (MAPA) including screen to prevent entry of birds, but inside the house they had used 30 eggs trays from another farm.
It is good to remember that the work done by MAPA prohibiting various irregularities is relentless and extremely needed.
In my point of view is in the automatic houses the greatest difficulty to clean, being a major cause of persistent disease.
In the statistics on the incidence in conventional poultry houses we have also the precious help of Mr. Eli Roettgers located in the state of Santa Catarina, who works with poultry over 30 years. 
As of the application of the SE live vaccine (Salmonella Enteritidis) in water with birds on the ground I can say that it is close to 100% protection until 55 weeks in farms that have problem. We should revaccinate at 45 weeks.  Application of this vaccine for birds in cages, on the other hand, is not so effective, even with the best vaccination procedure. This case cited in the previous post of an automatic poultry house with 50,000 birds beside the sick one, which received 3 SE live vaccine via drinking water, already in production, and has received 1 injectable 9R in the growing period: from June 2012 to November 2012 we haven’t seen anything. This month the disease appeared, not as violent as the neighbor, but appeared.


Next post: Pneumovirus